terça-feira, 8 de março de 2016

Mulheres


Certamente, há muito que se conquistar para uma total emancipação da mulher, na atualidade, apesar do que preconiza os direitos humanos, ainda temos cenários que apontam para uma  pavorosa subjugação feminina, chegando  as raias da clitoridectomia realizadas em alguns locais da África, no Oriente Médio e no Sudeste Asiático, negando assim à essas vidas o direito  sobre o próprio corpo e qualquer possibilidade de prazer que lhe seja associado.

De modo a exemplificar os avanços que vem sendo a duras penas conquistados, vale lembrar que a Gâmbia anunciou no final de 2015 o sancionamento da lei que passa a proibir tal prática, a qual afeta atualmente cerca de 130 milhões de mulheres nas regiões supracitadas segundo dados de pesquisas do UNICEF.

Esse corpo sobre o qual práticas tão perversas recaem, seja de um modo explícito ou das formas mais abstratas e sutis, as quais são capazes de fazer com que às vezes as próprias mulheres absorvam-no e reproduzam de modo acrítico, já não podem persistir, fazendo com que pela lógica do patriarcado sejamos alvo e objeto de perversa manipulação, como se fossemos peças de vulgar coleção da qual querem extrair todos os frutos e arrancar os galhos.

Assim, na atualidade temos o dever de sobrepujar a reconquista sob o corpo como propriedade nossa, agregando ainda nessa seara de demandas os demais aspectos por se alcançar como maior espaço nos setores de relevância social e poder decisório tais como a política, a justiça entre tantos outros  setores da sociedade que estamos ou iremos nos incluir futuramente, com a tão almejada igualdade salarial.

Esses passos estão sendo dados e a mudança paulatina de cenário ocorre desde o micro, através das pequenas desconstruções que se realizam no âmbito familiar para que novos paradigmas possam emergir e, no macro, através da insurgência de pessoas como a modelo somali Waris Dirie que vem denunciar a circuncisão feminina, da ativista paquistanesa Malala Yousafzai que vem a público reivindicar o direito a educação em seu país.

Entre as brasileiras, como não se lembrar de Maria da Penha uma ativista que teve a força de denunciar a violência doméstica que sofria e  de reivindicar a justa repressão, tendo conseguido através da sua luta, somando forças, sancionar uma lei que impõe novos parâmetros punitivos dentro desse contexto. Certamente, há  outras tantas que desde muito apesar de suas especificidades, percorreram esse caminho de força comum e das quais podemos nos lembrar.

Sem dúvidas são muitas as lutas e muitas as guerreiras de longa data e é preciso prestar reverencias à elas que no cotidiano são as professoras, enfermeiras, domésticas, mães, mulheres do lar,as quais põem as nações de pé fazendo mover suas mais íntimas e valiosas engrenagens e que já não querem ser heroínas super dotadas com tripla jornada, mas antes buscam (caso desejem) quem possa andar lado a lado, de cabeça erguida com funções compartilhadas e mãos dadas na estrada. Temos sim caminhado e ainda há muito que caminhar em direção à essa tão desejada e fundamental conquista de uma autonomia que não é tão somente financeira, mas intelectual e emocional, total, completa, inteira.


Sigamos!!


Um comentário:

  1. Os homens em gênero são escravos de si. Poder apenas é resultado de uma forma de pensar, e de natureza. Ou seja atraves da mais valia ou manobras e econômicas/sociais o homem consegue se manter em media acima das mulheres. Mas tal poder nao transformou o homem em um ser superior. Ao contrário somente evidenciou a natureza predatória da espécie. Espécie que as mulheres tambem pertence, e consequentemente repetem os mesmos atos contra si e o outro. As mulheres que ascenderam socialmente, financeiramente e no poder repetem os mesmos atos dos homens. Então nao vejo nada alem de uma guerra velada de gênero, sem nenhum benefício ao ser humano. A mais valia vai continuar, as pessoas serao subjugadas e nova oposição ira "lutar" por igualdade. Somos animais e enquanto a natureza existir a força que diz que temos que comer, procriar e ser mais forte que outro, nada ira mudar.

    ResponderExcluir