segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Desnudar



Não me interessa a segurança das terras conquistadas,
Tudo que aprendi até aqui é quase nada,
Se os pés algum dia tiveram raízes, 
Hoje os braços são asas largas.

Tenho uma sede voraz de beber o mundo,
Meu inspirar aspira o profundo,
E me faço cega, surda e muda,
Ao que não quero ver ou escutar,
Ao que seria o desperdício da palavra,
No simples ato de falar.

Só me interessa Ser no estar de cada instante,
Inteiramente entregue, presente, constante.
Aos que se aprisionam nas trilhas atravessadas:
Quero o desbravar de novas caminhadas,
E a paz de estar junto à vida conciliada.

Deixo tudo, levo nada!



terça-feira, 8 de setembro de 2015

Eclipse




Sou a brisa suave que veio te afagar,
O abraço sincero que vem de além mar,
Sou a estrela que brilha para te iluminar,

Uma cigana,
Uma sereia,
A fada boa,
A bruxa má.

Sou o anjo que abandonou as asas,
Quando a seta inverteu a direção,
E em escândalo,
O cúpido derradeiro atingiu o coração.

Sou quem te entrega o oceano para navegar,
O mergulho profundo,
Que te desvenda os mistérios do mar.

Sou o sol que nasce para te aquecer,
A chuva que cai para te embalar,
Nos sonhos que só comigo poderás ter
E irás sonhar.

Sou a poesia que aspira os poetas,
Dos músicos a inspiração,
A rima certa na incontida métrica,
Que clama teu nome em cada canção.

Sou o toque do orvalho na pétala da flor,
A te revelar nas coisas simples da vida,
A grandeza do meu amor.