Vivemos em uma sociedade que de modo
global “oferece” aos indivíduos uma gama de preconceitos no sentido mais
específico do termo que é de conceitos preconcebidos, os quais foram e
continuam incessantemente a serem (re) construídos através de uma trama complexa
de fatores que possuem valor adaptativo ou não a depender do contexto em que se
originam e perpetuam, possuindo nessa construção desde a influência histórico-cultural
na quase “determinação” de nossos juízos de valores até uma economia de esforço
neurocognitivo o qual se dá por ser mais "fácil" reproduzir do que questionar,
modos de ser, existir e pensar, construindo, portanto lentes sobre as quais
buscamos enxergar e ler o mundo.
A sociedade ocidental dentro do
paradigma do capitalismo e a sua consequente ética normativa tem conseguido nortear
a conduta moral estabelecendo determinados padrões, através da oferta de uma
gama incontável de construções falaciosas que por um “automatismo” reproduzimos
irrefletidamente, tamanho o status naturalizador em que se encontram. No Brasil
possui é claro as suas características peculiares como em todos os
demais países, mesclando-se sempre à realidade conjuntural de cada local.
Se nos tornamos capazes de
identificar esses clichês mentais que foram construídos socialmente ao longo
de gerações como se fossem sistemas coerentes ainda que não passem de sofismas
e o refutarmos segundo a racionalidade, nos tornaremos capazes de efetivamente
pensar com a própria cabeça e alcançar certo nível de autonomia que a maioria por
um paralogismo parece ainda se quer suspeitar, seguindo suas vidas atreladas a
construções completamente alienadas do que se pode chamar de lógico, coerente e
até mesmo verdadeiro, ainda que se deva ponderar e reconhecer a relatividade da verdade.
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