A busca do
autodesenvolvimento implica em responsabilidades, pois, nenhuma conquista cai
do céu ou ocorre de maneira gratuita, muitos são os desafios a si vencer, somos
convidados a olhar para si sem vergonha ou pudor a fim de compreender como se
dá o nosso funcionamento, reconhecendo quais as nossas reais demandas para
crescer. De certo, são desafios que só podem ser vencidos, etapa após etapa
mediante comprometimento, onde cada fase nos exige o pleno desenvolvimento de
nossas habilidades, só assim é possível seguir adiante rumo a novas conquistas.
Nessa imersão nos
deparamos com forças e fragilidades em um jogo complexo de sombra e luz. Árdua
tarefa, duras batalhas e claro sempre há suaves refrigérios durante a jornada.
Aqui estamos nós passando por transformações que pouco a pouco nos dão uma
melhor compreensão da vida, temos a chance libertadora de recomeçar, de caindo
levantar e continuarmos a seguir, vamos percebendo ser mais saudável
estender a mão ao invés de apontar o dedo e que isso não implica em nenhuma
condescendência.
Há muito que vencer, os
olhos veem e não conseguem enxergar, ainda se fixam sobre o invólucro da
aparência, percebendo atributos físicos ou financeiros, distinguindo pessoas
pela cor da pele, textura de cabelos, vestes ou calçados, nacionalidade,
em fim... Presos à rótulos e títulos, ditados
pela beleza ou falta dela, determinamos o modo de tratamento ao semelhante. Em
países como o Brasil, vivenciamos uma ditadura sexista cuja as formas físicas
nos reduzem a uma mera esfera de desejante ou objeto de desejo sexual. Trata-se
de uma cegueira profunda, temos muito que caminhar para transformar essa
situação e sair desse nivelamento superficial.
Um dos
maiores desafios é a sexualidade, essa energia vital, força que pode ser
canalizada de muitas maneiras e claro utilizada de modo convencional (durante
as interações amorosas), é sempre fortuita e revitalizante desde que não sirva
a um mero instinto que reduz o homem a sua dimensão animal, uma vez que este
raciocina, deve colocá-la sobre o crivo de sua razão. Mudar esse paradigma será
trabalhoso, países espoliados como o nosso possuem heranças de exploração
sexual difíceis de suplantar nas primeiras tentativas, mas, não devemos
desanimar, com coragem e determinação é que o homem vence a si mesmo e pode se
superar.
Que em tempos futuros,
nenhum ser humano seja relegado a mero objeto de prazer e manipulação sexual de
outrem, que as relações sejam construídas sobre bases sólidas, de respeito,
amor, confiança e admiração. Não seja o homem vítima dos seus desejos,
manipulando e sendo manipulado por suas carências, que nossas deficiências
sejam sublimadas e se transformem em potencialidades. Que se multiplique o olhar que admira, os abraços fraternos que inspiram
e o gratuito bem querer, viva as relações sinceras porque são essas que fazer
nosso viver valer, que cresça o amor em todas as suas formas e que sem demora
renove o nosso ser, que se multipliquem os laços de amizade, que as conquistas
e alegrias alheias nos tragam felicidade.
O
homem insiste em permanecer na tenra infância, mas, a realidade é que o tempo
de criança já passou, de certo que algo dela precisamos preservar, porém, com
certeza não é a imaturidade. Precisamos desse autoconhecimento para melhor
conviver, trocar, somar, crescer... Sigamos o exemplo da borboleta que ao
se transformar nos atesta a possibilidade de sublimação (desde que queiramos) e
que sem mais demora saíamos dessa cegueira de agora, há tanto o que viver, não
é justo conosco ou com a vida subestimar o potencial da existência.