Ao mirrar-te no espelho
Com espantoso temor,
Pintando os lábios de
vermelho
Pra esconder riso
amarelo,
Perguntei-me sincero
Por onde anda meu amor?
Foi embora a mocidade,
O tempo correu com a
idade
E a velhice chegou.
Como sofre minha amada,
Minha eterna namorada
Não aceita envelhecer.
Dou-lhe flores,
chocolates,
Toda minha devoção,
Lhe declaro meu carinho,
Meu amor, minha paixão.
O que poderei fazer
Para em fim lhe
convencer?
Sofre triplamente
Se ressente dos traços da
idade,
Da juventude guarda
saudades
E tem medo de morrer.
Ora que amor tão sincero,
Nem mesmo a morte é capaz
de abater!
Abandona este suplício
Dai-me um riso colorido,
Não reclama estais sadia.
Continuas forte e bela,
Tal qual quando donzela
E com maior sabedoria.
A família construída
Por muitos laços unida,
Minha querida não é o
fim,
Temos tanto o que
aprender
Este tempo possui
tesouros,
E só quem envelhece os
pode viver.